Minha história com a arte começa cedo, ainda na infância, quando os adultos ao meu redor perceberam que eu tinha um jeito especial com o desenho. Depois veio a música — aprendi a tocar, toquei em banda por mais de 20 anos, sempre com a arte como linguagem pra me expressar no mundo.

Sou formado em Arquitetura desde 2005, mas foi por caminhos muito próprios que me tornei artista plástico. A partir de 2011, comecei a desenvolver uma identidade artística que conecta pintura, memória e luta social, em especial a luta antirracista aqui em Florianópolis. Pinto a pele negra, conto histórias que não cabem nos livros didáticos, e levo minha arte pros muros da cidade, ocupando o espaço público como espaço político.

Acredito que a arte tem que transformar, provocar, acolher e fazer pensar. Por isso, meu trabalho também está nas ruas, em murais que ajudam a fortalecer o pertencimento e a valorizar a história negra da cidade. Ao longo dessa trajetória, participei da criação de projetos como o Feira Afro Artesanal e outras iniciativas que seguem vivas nas comunidades.

Hoje, meu trabalho se divide entre encomendas de aquarelas personalizadas feitas a partir de fotografias, pintura mural e também palestras em que conto minha caminhada com a arte, a vida e o ativismo. É nesse cruzamento entre a beleza, a denúncia e a esperança que sigo construindo o que acredito ser o papel da arte: ser ponte, ser abrigo e ser luta.